No outono
renasço
No verão me
abro ao mundo, realizo, transformo
No inverno
careço eterno transcender
Sou caso de
poesia
Uma nau
navegando em meus próprios mares
O que hei de
encontrar?
Meus
próprios medos, meu nome verdadeiro
Há em mim um
parecer eterno
Quero apenas
um ser eterno
Busco meu
nome verdadeiro cravado na alma
Eis aí meu
tesouro, minha confraria.
Nas tardes
de veraneio clamo:
Quero o
mundo, sou o tudo, potência em mim.
Nas noites
de inverno liberto-me:
Sou o mundo,
quero o tudo, ato em fim.
Quero abalar
as estruturas, realizar quimeras.
Desejo
deixar sabedoria, a utopia é só meretriz.
Sou perpetuo
movimento, velocidade sangrenta
E se como um
pescador eu só observasse o rio passar?
Eu sou
miragem
Sou
possibilidades
Sou uma
estrada sem carruagem
Não há mais
motivos para gritar
Quebro meus
paraísos,
E me esqueço
de que sou mortal
Agora tenho
que cair do abismo, Com o olhar ao sol, E as mãos ao chão.
Fixo os
olhos no horizonte perdido,
Ergo-me
sobre a esperança, de um vir a ter eterno.
E vou me
encontrando pelo caminho
Um tanto
quanto machucado
Viajando
pelo meu coração, construo minha alma,
Procuro um
lugar, uma cabana, um lugar ao qual eu pertença.
Sou mortal,
sou animal, sou o nada.
Mas parte de
mim é imortal, é alma, é o eterno.
Minhas
questões são postas sobre a mesa, e me liberto a todo instante,
Morro na
realidade
E renasço
nos meus sonhos.
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